Sigur Rós - "Raistaparta" que não desligaste o telemovel...


Todos os mitos sobre o público português morreram ontem, no que foi – como alguém dizia cá fora - provavelmente o concerto do ano em Portugal e o concerto da vida para muito boa gente.

Passo a explicar. O publico português sofre de alguns males no que trata a concertos.
Uns desses males são ao famoso gritar “Portugal, Portugal”, o bater palmas sempre com o mesmo ritmo apesar da música já estar noutro tempo e, o que para mim é o pior de todos, o de aproveitar qualquer momento de silencio para bater palmas gritar e assobiar.

Mas visto que Sigur Rós tratar-se de uma banda cuja música vive tanto do som como de silêncios, foi com muito orgulho que assisti a um concerto onde nenhum destes clichês aconteceram.

Foi arrepiante ver um Coliseu completamente lotado, completamente pendurado em cada nota vinda do palco, esperando pelo silêncio final de cada música (realço o não ser a ultima nota mas cada silêncio, uma vez que acabada cada música havia uma pausa silêncio quem sabe para cada pessoa digerir e assimilar o som) para então aplaudir e agradecer à banda.

Excepto num momento, a meio do música Viðrar vel til Loftárása em que a banda faz um silêncio prolongado, onde todo o Coliseu congelou completamente em silêncio, isto é até alguém receber uma mensagem no telemovel e ouvir-se o famoso toque de mensagem de um Nokia, arrancando uns risos e uma salva de palmas da parte do público. A banda por seu lado manteve o silêncio, até que o Coliseu se silenciasse novamente, aguentando novemente o momento para depois retomar a música.

Foi realmente um concerto mágico, com um primeiro final que seria dificil de superar, e onde eu já não esperava um encore.
Encore este que acabou por acontecer e por superar o momento anterior.

O concerto acabou com duas chamadas ao palco da banda para umas vénias, onde a surpresa da banda pela recepção do público era notória.

Um concerto inesquecível.




Post Scriptum: Obrigado ao Sr. Uriel por ter decidido assistir ao concerto nos camarotes, permitindo-me assim conseguir assistir ao concerto sem a sua cabeça á frente, como aconteceu noutros momentos.
Um grande “Bem Haja” para si.

1 comentário:

Marvin disse...

Realmente reparei no gajo que passou algum tempo ao telefone com outra pessoa.

Dá graças não teres ficado ao lado das senhoras de meia idade que agiam como se nunca tivessem ido a um concerto...

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