Ode a Buckley - Updatado

Aviso

Como eu próprio não sou grande adepto de posts muito extensos e não quero maçar demasiado o querido leitor, aviso desde já que este trata-se um dos maiores posts que já escrevi neste blog, por isso se não gostam muito de ler ou não gostam de Jeff Buckley podem desde já fechar esta janela.


Um dos primeiros posts que fiz neste blog foi precisamente a dissertar sobre o meu drama com Jeff Buckley e o pessoal que andava à pendura no meu carro.
Sempre que punha algo de Buckley a tocar no leitor de cds era constantemente bombardeado com frases do tipo:

-"Quem é esse gajo a gritar?"
-"Ai está um tipo em sofrimento..."
-"Aqui está um gajo que canta pior do que eu..."
-"Que raio de musica sensivelzinha é esta?"

Drama este que hoje já está ultrapassado, uma vez que depois de tanto
insistir da minha parte, a maioria que criticava é agora adepto da
musica deste senhor.

Dai que eu agora, ao ver dois comments a falar bem de Buckley, num post em que este nem era o assunto principal deixa-me muito feliz.
Feliz e com vontade de falar sobre um dos albuns que mais me marcou,o Live at Sin-É:

O excesso de edições de reedições de albuns, albuns ao vivo, edições de colecionador por parte das editoras relativamente a artistas que morreram precocemente é algo que é largamente contestado pelos criticos musicais.
Em alguns casos com razão, onde se vê que se trata obviamente de ser a editora a tentar sacar mais umas coroas.

Mas quando se fala de um artista como Jeff Buckley, em que todo o seu explendor musical se demonstrava ao vivo, quantas mais edições de concertos que saiam para o mercado melhor é para os fans.

E só de Jeff Buckley temos cerca de 3 albuns diferentes apenas de concertos. Quando falamos de um artista que teve uma carreira tão curta como este teve, à primeira vista são muitos albuns...

Mas o problema é que cada album é diferente, uma vez que Buckley nunca tocava a mesma musica da mesma maneira, sempre com variações, algumas improvisadas no momento, outras mais estudadas, mas sempre com uma mestria incomparável.

Mas falando mais precisamente do Live at Sin-é:

Tendo sido gravado em Agosto de 1993, numa altura em que ainda não tinha contrato discográfico apenas uma já consideravel orda de fans na cena mais undergrounde de NY, no pequeno bar Sin-é na East Village em Nova Iorque, esta gravação serviu para a edição do EP de
apresentação de Buckley, o seu primeiro album editado a nome proprio.

Aqui Buckley toca sozinho, apenas ele e a sua Telecaster, numa casa onde já estava habituada a tocar, num ambiente de intimidade onde os pequenos diálogos entre este e o publico aparecem constantemente e servindo genialmente, durante a audição do cd, como momentos de descompressão durante cada musica.

Buckley, para além de tocar as musicas, ainda em bruto, do que viria a ser o seu primeiro e unico album em vida "Grace", somos aqui presenteados com as raizes musicais do próprio Jeff.
Este interpreta as suas musicas favoritas dos musicos que mais o influenciaram na sua vida.

Abrindo o album com uma fantástica interpretação de "Be Your Husband" (no original "Be my Husband") de Nina Simone à capela, servindo-se apenas dos ritmos proporcionados pelo som dos seus pés ao bater no chão palco e as mãos a baterem nos joelhos.

Prosseguindo depois para musicas como "Night Flight" de Led Zeppelin, "Just Like a Women", "If You See Her Say Hello" e "I Shall Be Released" de Bob Dylan, "The Way Young Lovers Do" e "Sweet Thing" de V. Morrison, a classicos do Jazz como "Calling You" e "Drown In My Own Tears", passando por um devaneio musical (curiosamente bastante interessante) em paquistanês de uma musica de um dos seus maiores idolos Nusrat Fateh Ali Khan e acabando com o inevitavel "Hallelujah" de Leonard Cohen.

Daí que este album se trate algo obrigatório para qualquer fan de Buckley, imprescindivel para a compreenção de todo o universo que rodava a volta deste grande senhor.

Post Scriptum: Esqueci-me de referênciar que este cd trata-se da "Deluxe Edition" composta por dois cds e um DVD e um fantástico booklet recheado de grandes fotografias e textos de pessoas como a mãe e amigos de Buckley sobre a sua relação com este.
Toda a caixa e booklet têm um grafismo muito bem executado por parte dos designers que a fizeram.

Quanto ao onde encontrar, eu comprei o meu à cerca de um ano na Fnac e desde então tenho apanhado de vez em quando uma ou duas cópias na loja, dai que penso que mesmo que não encontrem na altura perguntem a um tipo que trabalhe lá em que loja podem encontrar.

Para terem um cheirinho do que vos espera aconselho a sacar na net a versão da musica "Calling You" incluida neste cd.
É uma pequena maravilha!

4 comentários:

snapshot disse...

clap clap clap!!!!!
quero comprar!
a primeira música que ouvi dele foi a "So Real" e ainda hoje não consigo explicar o q senti. só sei que devo tê-la ouvido no minímo 20 vezes seguidas.
è de certeza uma das minhas músicas preferidas de todos os tempos.
Se ele estivesse vivo talvez não existisse todo este misticismo em torno da sua voz, mas... há pessoas que desaparecem demasiado cedo, e ironicamente, depois de terem mostrado apenas um milésimo do que tinham a dar ao mundo.
Que lamechice pegada! Foi um desabafo! :)

Anónimo disse...

Tal como o maf, "So Real" é a minha música preferida de JB, mas a priemira que ouvi dele foi a "Last Goodbye", foxt tu que me deste a conhecer JB ;)

sodona.leide disse...

música preferida de buckley... Grace.. e a Last Goodbye
só não consigo explicar porquê!
vou ouvir :)

Marvin disse...

Como já disse no post: "Calling You" no Live at Sin-é. Simplesmente sublime...

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